terça-feira, 8 de novembro de 2011

O ESTRANHO CASO DO MATERIAL ESCOLAR - parte IV

Após a aula do dia seguinte Zico convidou Luca para almoçar em sua casa e durante o almoço mencionou um trabalho de matemática que teriam que fazer.
- Ótimo meninos! Tenho aqui muitos livros de exercícios. Vocês podem fazer o trabalho aqui. Se sua mãe deixar Luca você pode até dormir aqui. - Disse a mãe de Zico toda prestativa.
- Ah não mãe! Não precisa já conversamos com a mãe do Luca. Dormiremos lá. A senhora deixa?
Enquanto mãe e filho conversavam, Luca com a boca cheia, não entendia nada do que estava acontecendo, apenas ficava de olhos estalados olhando para Zico. Nem sabia que tinha trabalho de matemática...
- Quem vai ajudar com a louça? - Perguntou a mãe.
- Mãe deixa que eu enxugo e guardo, vou com o Luca lá em cima ver o que vamos levar para estudar tá bom?
- Tudo bem, depois você enxuga diretinho.
Os dois meninos subiram e na escada mesmo, observando a mãe, Zico contou seu plano ao amigo.
- Vamos dormir na escola.
- Ham!...
- Eu sabia que você ia fazer essa cara! Agora vá dizer pra sua mãe que a gente tem trabalho de matemática e que você vai dormir aqui em casa.
- Mas! Espera aí. Nós vamos dormir na sua casa, na minha casa ou na escola?
- Mas será o “Benedito” Luca! Presta atenção! Fala para sua mãe que você vai dormir aqui. O resto eu resolvo.
- Então tá!
Zico saiu à tardinha de casa com uma mochila cheia de aparatos e encontrou Luca na esquina.
- Tudo certo? - Perguntou Zico com a testa totalmente molhada de suor.
- Sim. Mamãe acreditou que eu ia dormir na sua casa, mas eu disse a ela que você queria dormir lá também e aí ela disse que pediria à sua mãe...
- Luca! Não acredito que você fez isso?
O menino soltou uma bela de uma gargalhada e disse:
- Está tudo bem! Fiz isso pra te assustar e consegui.
- Engraçadinho! Não vê que estou suando em bicas?
Caminharam até a escola. Chegando lá, entraram pelos fundos e dirigiram-se ao laboratório.
Zico tirou da mochila um molho de chaves. Quando Luca viu aquilo não acreditou em que seus olhos viram e perguntou:
- Você tem as chaves do laboratório?
- Não percebeu que me ausentei da aula de inglês hoje?
- Pensei que você tinha ido ao banheiro.
- Claro que foi só uma desculpa. Entrei na sala dos professores e peguei as chaves.
- Você pode ser expulso!
- Só se alguém descobrir. Ninguém me viu entrar, ninguém me verá sair e você não contará pra ninguém. Ok? Estamos fazendo isso pelo bem de todos.
- É isso aí Zico! É por isso que sou seu amigo.
- Ótimo! Agora me ajuda a empurrar essa porta pesada que só o “malucão” e os caras do ensino médio conseguem abrir.
Enquanto isso na casa de Luca, a mãe toda zelosa estava preocupada, pois o menino havia esquecido o pijama sobre a cama.
- Alfredo! Alfredo!
- O que foi?
- Vou dar uma saída. Vou levar o pijama do desmiolado do seu filho. Saiu tão depressa que esqueceu em cima da cama.
- Não senhora! Já está tarde. O menino pode muito bem dormir com um pijama emprestado do Zico. Não precisa sair agora.
- Você sabe que ele se resfria fácil, e se o pijama do Zico for curto. Acho melhor eu mesma levar.
No momento em que a mãe estava por sair o telefone tocou, seu marido atendeu e a chamou depressa, pois era a sua mãe ligando de longe.
Por sorte dos meninos ela desistiu de levar o pijama.
No laboratório, Zico estava com os dois bilhetes à frente de microscópios e trabalhava atentamente, enquanto Luca observava com atenção tudo o que tinha no laboratório.
- Nunca percebi este vidro aqui, Zico. Você já viu?
- É um feto de apenas dois meses de gestação.
- Nossa! Que injustiça com a criança!
- Dá uma olhada aqui Luca.
- O que foi?
- Presta bastante atenção nos cortes dos papéis.
- São diferentes... E daí?
- Isso! São diferentes! Um corte serrado e no outro bilhete o corte é reto.
- E o que isso significa?
- Nada ainda. Tenho que observar melhor. Incrível! Não se percebe nenhuma digital. Nem mesmo de quem recebeu o bilhete. Como pode ser isso? Já neste outro, a decomposição do papel misturada aos restos de sopa criou certos microorganismos que não estão vivos.
- Como?
- Estão mortos!
- E o que isso quer dizer?
- Ainda não sei, mas vou descobrir. Só preciso de alguns materias.
Olhou a sua volta e viu um armário de aço fortemente trancado.
Usou todas as chaves que tinha e nenhuma abriu o armário. Então saiu correndo e entrou na sala da diretora.
Luca não estava entendendo nada, mas ficava atento e assustado observando tudo.
Zico pegou no quadro da diretoria um pequeno molho de chaves e voltou ao laboratório.
Testou até que uma abriu. Tirou do armário uma pequena máquina do tamanho de uma câmera digital. Era um microscópio avançado. Com ele poderia descobrir muito mais coisas.

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