quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O ESTRANHO CASO DO MATERIAL ESCOLAR - parte V

- Vamos saber quem é o cryptomaníaco da escola?
- O que você disse?
- Cryptomaníaco. Pessoas que roubam.
- Ah! Meu Deus! Cleptomaníaco! Você anda assistindo muito Super homem! Venha ajuda aqui.
Colocou um dos bilhetes e começou a averiguar cada espaço. Enquanto Zico estudava os bilhetes Luca roncava num canto do laboratório.
Horas depois:
- Luca acorda. Vamos, coloque o uniforme e me ajuda a trancar a porta já está na hora dos alunos entrarem.
- Hum! O que aconteceu?
- Depois conversamos. Rápido estou ouvindo passos.
Olharam de um lado para o outro e trouxeram para si a grande porta trancando-a rapidamente. Próximo dali, bem atrás de uma pilastra eles estavam sendo vigiados e nem imaginavam por quem.
A professora de geografia percebeu que Zico não estava atento a aula e começou a fazer-lhe várias perguntas. Zico mais bocejava que respondia e acabou levando um ponto negativo por não estar atento.
Foi até o banheiro para lavar o rosto a pedido da professora. Ao chegar ao corredor deu de cara com o malucão, professor de química. Ficou branco como cera, mas continuou seguindo o seu caminho. Quando achou que estava livre escutou aquela voz sombria chamando por ele.
- Joaquim venha cá!
Tremendo como vara verde Zico caminhou até o professor e abaixou a cabeça em sinal de respeito e medo ao mesmo tempo.
- Sim Senhor!
- Olhe para mim garoto! O que faz no corredor em horário de aula? Não sabe que não é permitido alunos fora da classe?
- Sei sim senhor! É que a professora...
Gaguejou tanto que o professor não quis saber de mais nada e mandou-o embora, mas não tirou os olhos dele até que entrasse no banheiro masculino.
No horário do intervalo Luca cravou Zico de perguntas, mas ali não era um local seguro para que eles conversassem. Deixariam esse assunto para tratar em casa. Lá estariam seguros.
Luca ainda não satisfeito perguntou por que o colega ficou calado o tempo todo nas aulas.
Este respondeu com muita rispidez e seriedade:
- Conversaremos em casa. Estamos passando por momentos de tensão nesta escola desde que começaram a sumir os materiais!
- Calma meu amigo! Acho que você está levando esse assunto muito a sério. Vamos comprar um refrigerante e relaxar.
Tirou a mochila das costas e pegou a carteira. Logo percebeu.
Algo estava diferente.
- Zico! Não é possível?
- O que foi? Não tem dinheiro pro refrigerante? Pior que eu também não tenho.
- Não! O dinheiro está aqui. Mas a minha nota de dez cruzeiros sumiu?
- Dez cruzeiros?
- É. Meu pai me deu! É a primeira da minha coleção de notas antigas e não sai da minha carteira. Como pode ter sumido?
- Impossível ter sumido da sua carteira. Desde que você recebeu o bilhete não tirou a mochila das costas. Olhe direito aí Luca.
-Mas não tem nada aqui...
- Já sei o que está acontecendo. Isso só confirma as minhas suspeitas.
- Que suspeitas?
- Xiu! – fez esse barulho levando o dedo indicador aos lábios. -Converso com você na minha casa. Agora vamos pra sala sem levantar suspeitas.
Os dois meninos foram para casa calados, e com muito medo. Zico não se atrevia a dizer nada enquanto não estivesse seguro em seu quarto.
Ao chegar, a mãe de Zico percebeu o olhar fundo do filho e perguntou:
- Você não dormiu bem na casa do Luca?
- Dormi sim senhora!
- Mas está com olheiras! Veja Joaquim, Zico está com olheiras.
- Passaram a noite no vídeo game, não foi filho? - perguntou o pai examinando o menino.
- Isso. Jogamos um pouco. Depois do almoço não sairei do meu quarto. Quero descansar. Se o Luca chegar, peça para ele subir, por favor.
Os pais se entre olharam sem entender o que estava acontecendo. O Almoço seguiu sem nenhuma palavra do garoto. Até que os pais tentaram conversar, puxaram uma conversa ou outra, mas não deu resultado.

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