quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O ESTRANHO CASO DO MATERIAL ESCOLAR - parte VI

Luca chegou e foi ansioso para o quarto.
- E aí? Nem consegui comer direito. O que você descobriu?
- Tudo o que você ouvir deverá ficar entre essas paredes. Acho que estamos lidando com seres mais desenvolvidos do que nós.
- Como?
- Por que é que tudo que eu te falo eu tenho que explicar novamente?
O menino deu de ombros. Zico logo se desculpou.
- Tá, me desculpa! Eu estou muito nervoso com essa situação. Se o que eu estou pensando estiver acontecendo realmente, podemos estar sendo vigiados.
- Não vou dizer nenhuma palavra até você me explicar com mais clareza.
- Sempre foi assim mesmo! Então presta atenção. Os bilhetes são a prova de que o que eu estou falando é verdade não podemos perdê-los.
- Sei e daí? O que tinha nos bilhetes que te deixou tão nervoso.
- As digitais.
- Mas você disse que não havia sinal de digitais... O que te fez mudar de idéia?
- As digitais não são humanas. São de seres extraterrenos.
- Não pode ser! Você tá maluco! Completamente maluco! Então os materiais da escola vão sumindo e são seres extraterrenos, os  cryptoníacos? Isso não pode ser verdade!
- Cleptomaníacos! E pode ser sim! Como você explica a nota ter sumido da sua carteira, se a mochila estava o tempo todo nas suas costas? Você até dorme com ela.
- Você tem razão! - afirmou Luca.
- E tem mais...
- O que?
- O professor malucão deve saber de tudo e já deve saber que eu também sei.
- O professor malucão? O que será que o levou a manter contato com eles? E porque querem nossos materiais? E a minha nota? Ela não faz parte do material escolar.
- Calma! Vamos descobrir tudo direitinho! Só ainda não sei como. E você meu amigo, faz muitas perguntas ao invés de me ajudar a respondê-las.
Desculpa Zico, mas é que não consigo tirar a Júlia da minha cabeça.
- Estamos lidando com seres de outro mundo, enquanto você está com a cabeça no mundo da lua.
- Está bem! O que vamos fazer agora?
- Não sei se conversamos com o professor de química ou com o professor de história...
- O que tem o professor de história a ver com essa história! Ops! O trocadilho foi legal!
- É foi legal sim. Mas o professor de história pode nos dar mais informações sobre esses seres. Afinal de contas, toda a civilização Maia foi extinta sem deixar vestígios. Eram seres muito inteligentes, bem mais desenvolvidos intelectualmente do que nós e com certeza foram abduzidos.
- Agora você pirou na batatinha. Acho que tá saindo até fumaça da sua cabeça.
- Já sei como atraí-los!
- Como? Como?
- Não sei nada! Como eu gostaria de saber... Vou pesquisar ufologia na internet. Quem sabe a pesquisa nos dá alguma pista.
No dia seguinte Zico e Luca estavam com a pesquisa em mãos e discutiriam com o professor de história sobre algumas dúvidas que surgiram.
Ao chegarem ao colégio perceberam um grande alvoroço. Os meninos entraram assustados. Alguns pais no corredor, a sala da diretora lotada e a família do professor de química estava esperando para serem atendidos. Pai, mãe e um irmão.
A mãe se colocasse calças largas e pintasse o cabelo de preto, seria como se o próprio professor estivesse ali.
O que teria acontecido? O inspetor colocou todos os alunos nas suas respectivas salas e os professores rapidamente começaram a lotar as lousas com letras e números.
Zico era muito esperto. Não poderia ficar de fora disso. Ele precisava saber o que estava acontecendo. Com sua esperteza driblou a professora de ciências e saiu da sala.
Um dos pais estava descendo as escadas para ir embora, mas o menino o abordou.
- O senhor sabe o que está acontecendo?
- Então você não sabe rapazinho?
- Não senhor!
- Todos os registros dos alunos desde a fundação da escola foram roubados. Isso é caso de polícia, e a Diretora não quer chamar a polícia. Disse que vai resolver este caso ainda hoje. Só quero saber como?
O homem desceu as escadas correndo e protestando e Zico voltou rapidamente e ficou a ouvir o que a Diretora conversava com a família do professor de Química.
- Estefânio é nosso caçula! Isso não poderia ter acontecido. Ele sempre vem pra escola e da escola pra casa. É um bom homem. Não pode ter sumido assim.
- Minha senhora! Não podemos envolver a polícia nisso por enquanto. Primeiro vou marcar uma reunião com todos os professores. Pra isso terei que suspender as aulas, o que não será fácil, pois os pais vão querer saber do que se trata.
A única coisa que sei, é que ontem ele entrou para dar a primeira aula, saiu para buscar o diário escolar e não mais voltou. E o carro dele ainda está na garagem...
- Já se deram às 24 horas de desaparecimento. Vamos acionar a polícia. - disse o irmão mais velho.
- Eu peço em nome da nossa escola. A escola que você também fez parte um dia. Vamos aguardar a reunião. Depois disso chamaremos a polícia. Agora vão para casa. Manteremos o contato.
Zico correu e se escondeu atrás de uma pilastra. Pensou em tudo o que ouviu. O professor havia sumido logo depois que eles se encontraram no corredor e pensou: - Eles também o pegaram!

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