terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O ESTRANHO CASO DO MATERIAL ESCOLAR - última parte

Daremos um tempo e continuaremos o nosso plano no semestre seguinte. Que tal?
- Ótimo dona Elídia, a senhora sempre com planos brilhantes. Tenho orgulho de trabalhar para a senhora! - exclamou o professor beijando as mãos macias da diretora.
Saíram do galpão. Os meninos se entreolharam. Zico logo pegou o telefone e ligou para a polícia.
- O que você está fazendo? - perguntou Luca.
- Vamos Chamar a polícia!
- Mas não temos provas. Eles vão dizer que o professor malucão é realmente malucão!
- Não senhor! Eu gravei toda a conversa deles. Eles não vão conseguir destruir a reputação da nossa escola.
- É isso aí Zico! Valeu camarada!
Quando a polícia chegou:
- Que ótimo que puderam vir. Quero esclarecer tudo de uma vez por todas. Um excelente professor da nossa escola foi raptado e...
- Diretora Elídia, não é? - perguntou o Sargento da Polícia.
- Isso! Sou eu mesma!
- Sugiro que a senhora fique calada, pois tudo que disser será usado contra a senhora mesma, já que viemos atender ao chamado de dois alunos; Luis Carlos e Joaquim.
- O que? Do que o senhor está falando?
Neste momento os meninos entraram e colocaram o telefone com a gravação em cima da mesa.
A professora Neide, o professor Osvaldo e a Diretora Elídia não acreditavam no que seus ouvidos ouviam e seus olhos viam. Tentaram negar tudo, mas, a gravação em vídeo e áudio não deixou dúvidas eles eram culpados pelo rapto do professor Estefânio e também por todos os materiais roubados.
- Seus pestinhas! Atrapalharam os meus planos. Tinha que ser o filho do Joaquim. Nerd sem graça.
Os policiais levaram os três e o delegado esperaria o professor de química melhorar para dar seu depoimento.
Os meninos foram para casa e contaram tudo o que aconteceu.
Os pais ficaram orgulhosos.
Dias depois, a escola Oeste funcionava normalmente; lógico que, com outros professores de matemática e história e um novo Diretor chamado Afrânio que havia estudado com os pais dos meninos.
No refeitório, Júlia nem piscava, olhava o tempo todo para Luca.
- Você viu Zico? A Júlia está a fim de mim.
- É agora somos famosos, desvendamos o mistério do material escolar. Até os caras do ensino médio falam com a gente agora.
- Eles nos convidaram para treinar basquete, tá a fim Zico?
- Sei não. Tem uma coisa que eu ainda não entendi e quero descobrir.
- O que? Porque a diretora Elídia odiava tanto o seu pai e queria se vingar destruindo a escola?
- Não. Isso eu já sei. Ele a deixou no dia do casamento pra se casar com minha mãe.
- É. Eu já sabia disso. Minha mãe me contou.
- Desde quando você sabia?
- Ah! Isso agora não vem ao caso. Quero saber o que mais te incomoda.
- Vou fazer uma pesquisa sobre ufologia hoje?
- Não acredito! Você não tirou isso da cabeça.
- Não! Só vou sossegar quando descobrir como a sua nota de dez cruzeiros sumiu da sua carteira, que estava dentro da mochila se você não tirava nem pra dormir, ok?
- Tá bom! Então foram os alienígenas... blá, blá, blá!



                                                      Fim




Dedicado aos alunos da 4° série A turma de 2008 da Escola Estadual Professor Gomes Cardim.



                                             Jane Alves

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O ESTRANHO CASO DO MATERIAL ESCOLAR - parte VIII

O professor estava amarrado e amordaçado dependurado nos caibros do galpão.
- Como vamos fazer para tirá-lo de lá? São mais de três metros de altura. Calma professor! Vamos tirá-lo daí. - gritou Zico.
- Vamos pedir ajuda Zico!
- Isso! Vamos pedir ajuda.
Neste momento o professor, ficou agitado e se mexia muito lá em cima como se quisesse dizer alguma coisa. Então os meninos entenderam que não deviam sair do galpão para avisar ninguém.
Pegaram carteiras velhas e as empilharam. Enquanto um segurava o outro subia com cuidado e com um estilete conseguiu cortar as mordaças e libertar o professor. Mesmo colocando uns três colchonetes o professor sentiu muitas dores nas pernas com a queda, mas estava fora de perigo.
- O que aconteceu professor? Quem o prendeu aqui? -perguntou Zico.
- Vamos meninos! É muito perigoso ficarmos aqui. Luca a sua casa é mais perto vamos até lá e explicarei tudo.
- O senhor está em condições de andar? -perguntou o menino.
- Sim com muita dificuldade chegaremos, só não podemos ficar aqui. Eles voltarão a qualquer momento.
Saíram pelo portão dos fundos e rapidinho chegaram à casa de Luca.
Quando a mãe viu aquilo não acreditou!
- Mãe ligue para a mãe do Zico, enquanto pego algumas roupas do papai para o professor. Zico vá até a cozinha e prepare alguma coisa para ele comer.
Minutos mais tarde, o professor se alimentava e todos em volta dele o olhavam com ansiedade. Seus pais e irmão também foram avisados e estavam lá a espera de uma explicação.
A mãe do professor foi até ele e fazia-lhe um carinho nos cabelos enquanto o filho comia.
Quando o alimento já estava pela metade, o professor parou para respirar e olhou para os presentes. Seus olhos se encheram de lágrimas e da sua boca ainda trêmula de medo e fome saíram as seguintes palavras:
- Eles não são humanos! Querem destruir a escola! Não podemos deixar!
- Calma meu filho! É melhor você descansar. Depois conversamos, sim? -disse a mãe com sua voz suave.
O professor Estefânio voltou a comer e subiu para o quarto de Luca para descansar.
O pai de Luca quebrou o silêncio:
- Bom enquanto o professor descansa, pra matar o tempo é melhor fazer um cafezinho, não é Bem?
- Claro! Claro! Faço um café reforçado, com leite, pão e manteiga pra todo mundo. Posso contar com a sua ajuda na cozinha? Tratou logo de levar a mãe do professor para a cozinha, deu-lhe uma água com açúcar e começou a tagarelar sem parar para distrair a boa senhora. Até um bolo ela fez. Os homens e os meninos ficaram na sala, conversando e discutindo sobre o que realmente teria acontecido.
Na verdade a ansiedade só acabaria quando o professor acordasse de seu sono conturbado. Assim poderiam finalmente saber o que aconteceu e tomar providências para por fim nesta história que estava sem explicação.
Enquanto o professor dormia e todos tomavam café e conversavam sem parar o telefone do irmão do professor tocou. O silêncio tomou conta do ambiente. Tocou mais três vezes, até que o ele atendeu e colocou no viva-voz. Uma voz robótica vinha do outro lado da linha:
- Se querem seu irmão de volta, terá que fazer tudo que nós mandarmos.
- Mas...
Todos fizeram sinal de silêncio para que ele não revelasse que o professor já estava a salvo. Então ele continuou:
- Pode dizer. O que vocês querem?
- Queremos que o professor Estefânio peça demissão da escola Oeste e se inscreva na escola Leste.
- Mas porque ele faria isso?
- Tente convencê-lo disso, mais tarde passaremos o telefone para ele e você como irmão mais velho o convence. Ele é uma pessoa difícil de negociar. Vai convencê-lo ou não vai?
- Vou tentar convencê-lo.
- Se você não conseguir convencê-lo, nunca mais verá seu irmão.
O telefone foi desligado e por alguns segundos todos ficaram em silêncio.
O pai de Luca quebrou o silencio com a frase:
- É um blefe!
- Isso! Disse o irmão. É um blefe! Eles não sabem que Estefânio está conosco.
- Já sei o que está acontecendo. Vamos Zico!
- Onde Luca? O que está acontecendo?
- Agora é você quem faz as perguntas? Vamos para a escola!
- Meu filho pode ser perigoso! Daqui ninguém sai. -disse a mãe de Luca ficando à frente da porta.
- Não se preocupem, logo estaremos aqui. Vamos logo Zico!
Os meninos correram para a escola. Entraram no galpão velho e ficaram esperando escondidos atrás do armário.
- Qual é a sua idéia Luca? Confesso que não entendo o que estamos fazendo aqui.
- Relaxa, já matei a charada. Se eles pensam que o professor ainda está aqui, eles virão aqui.
- Mas é isso mesmo que vai acontecer e nós estaríamos mais seguros em casa.
- Como mais seguros em casa? Onde está o destemido e corajoso Joaquim? Que resolve todas as paradas. Fica frio. Vamos pegá-los com a boca na botija.
- Com a boca onde? Olha aqui, presta atenção eu não quero ser abduzido como os Maias.
- Você ainda insiste nessa história de alienígena.
De repente ouviram passos e calaram-se.
- Essa não! -disse Zico baixinho. É a diretora, o professor de história e a professora de Matemática.
Os três ao olharem para cima ficaram desapontados.
- Era só o que me faltava! O palerma fugiu. -disse a diretora abaixando-se e observando as cordas cortadas. E ele teve a ajuda de alguém.
- Ele não conseguiria sozinho. Afirmou o professor.
- Mas quem pode tê-lo ajudado? - perguntou a professora ajeitando os óculos para espiar melhor os detalhes da corda.
- Creio que não foi uma pessoa só. Vejam as pegadas. Duas pessoas estiveram aqui. Estamos encrencados. Nosso plano de afundar essa escola e fazer com que a escola leste seja a melhor da cidade, agora irá por água abaixo. – disse a diretora.
- Mas podemos negar tudo. Todos pensam que o professor de química é maluco. –  afirmou  o professor.
A diretora Elídia andava de um lado para o outro e olhando firme nos olhos do professor disse:
- Espero que não tenham mudado de idéia. Precisamos de vocês na escola Leste. Com bons professores lá, derrubaremos essa escola. Isso mesmo vamos negar tudo.
- O que faremos agora? - perguntou a professora Neide.
- Voltaremos para a sala dos professores, chamaremos a polícia. Inverteremos o jogo e aguardaremos, como se nada estivesse acontecendo. O professor Estefânio está livre, mas muito fraco para dizer alguma coisa e tudo o que ele disser, negaremos. 

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O ESTRANHO CASO DO MATERIAL ESCOLAR - parte VII

Cada aluno saiu com um bilhete assinado pela direção. A escola estaria fechada por dois dias. A maioria dos pais protestou. Mas Zico sabia o porquê daquilo tudo e tratou logo de contar para o seu melhor amigo.
- Beleza dois dias sem aula Zicão.
Luca levou um safanão do amigo.
- Você não vê a gravidade da situação? Acabei de te contar tudo que eu ouvi.
- Então é por isso que não vai ter aula? Só porque o professor malucão sumiu?
- Faz um favor pra mim?
- Qualquer coisa! Pode pedir.
- Vá até a esquina, ver se eu estou lá.
- Poxa! Isso é sério mesmo heim?
- É claro que é sério! Nós não ficaremos em casa. Me dá seu bilhete.
Zico rasgou os dois bilhetes.
- O que você pensa que tá fazendo?
- Nós iremos pra escola. Vamos investigar e também fazer parte da reunião.
- Ah! Espertinho, e como vamos fazer isso?
- Usaremos a mesma estratégia... Você dorme em casa e eu durmo na sua casa. Sairemos uma hora mais cedo e vamos ficar escondidos no armário velho da sala dos professores. Com certeza a reunião vai ser lá.
- Mas eu tenho rinite, bronquite, um monte de it, que a minha mãe fala.
- Leva um pano molhado e põe no nariz! Te espero amanhã. Uma hora antes!
- Tá bom!...
Os meninos chegaram à escola por volta de seis da manhã. Foram até a garagem e encontraram os diários de classe no banco de trás do fiatizinho.
- É com certeza ele nem chegou a abrir o carro. - disse Luca.
- Isso mesmo. Não abriu o carro e não há sinal de luta.
- Mas olha só o chão, Zico! Está marcado. Tem pegadas!
- Ótima percepção Luca. Veja! As pegadas vão até o balcão velho.
Neste momento os meninos viram a garagem se abrindo e correram para a sala dos professores para se esconderem no armário.
Por uma fresta iam observando tudo.
Dona Elidia a Diretora, sentou-se a cabeceira e começou o seu discurso:
- Em primeiro lugar quero agradecer a todos por estarem aqui. Até mesmo aqueles que não têm aula hoje. O assunto é muito sério e vai fazer com que nossa escola saia nas páginas policiais.
Neste momento começou um alvoroço, todos conversavam ao mesmo tempo:
- Silêncio! Não temos tempo a perder! Temos um professor raptado. Se fosse só o sumiço dos materiais, tudo bem! Mas um rapto na escola? Isso é o fim do mundo. Vamos ter que chamar a polícia! Devemos uma explicação à família. É claro que o bom nome de nossa escola será manchado para sempre.
- Mas Dona Elidia, a senhora não pode permitir isso! O nome da nossa escola será arrastado na lama!
- Professora Neide, não podemos nos esconder e deixar que as coisas continuem acontecendo. Agora, foi o professor Estefânio, amanhã ou depois, será um de nós.
Os meninos no armário começaram a suar frio e Luca com vontade enorme de espirrar  segurava o pano molhado no nariz.
A reunião prosseguiu.
- Bom, então o que a senhora sugere? - perguntou o professor de história.
- Já disse. Chamaremos a polícia. Não posso adiar mais. A família de Estefânio está me cobrando uma posição.
- Sugiro que aguarde mais um tempo, até que os seqüestradores entrem em contato. Talvez estejam querendo alguma coisa.
Essa voz rouca veio do fundo da sala. Era da professora de Matemática que nunca abria a boca para dizer nada a não ser números. Ela era minúscula, muito franzina. Os cabelos pareciam nunca terem sido penteados. Os óculos sempre remendados. Suas roupas e sapatos dos anos cinqüenta, mas quando abria a boca para lecionar todos os alunos tremiam. Sua voz era firme e rouca.
- Nestas circunstâncias é o melhor que devemos fazer. A reunião esta encerrada. Gostaria que ficassem comigo alguns professores para aguardarmos uma posição dos seqüestradores.
O professor de história e a professora de matemática resolveram ficar.
Os meninos esperaram a sala esvaziar e saíram rapidinho de lá.
Esgueiraram-se pelos corredores até chegarem à garagem e foram correndo para o galpão abandonado.
Olharam em volta, e não viram nada. Já não tinha mais nenhum rastro. Quando estavam saindo desanimados, Luca sentiu em seu ombro algo pingar. Olhou pra cima e tamanha foi a surpresa.
- Zico! Olhe! É o professor Estefânio.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O ESTRANHO CASO DO MATERIAL ESCOLAR - parte VI

Luca chegou e foi ansioso para o quarto.
- E aí? Nem consegui comer direito. O que você descobriu?
- Tudo o que você ouvir deverá ficar entre essas paredes. Acho que estamos lidando com seres mais desenvolvidos do que nós.
- Como?
- Por que é que tudo que eu te falo eu tenho que explicar novamente?
O menino deu de ombros. Zico logo se desculpou.
- Tá, me desculpa! Eu estou muito nervoso com essa situação. Se o que eu estou pensando estiver acontecendo realmente, podemos estar sendo vigiados.
- Não vou dizer nenhuma palavra até você me explicar com mais clareza.
- Sempre foi assim mesmo! Então presta atenção. Os bilhetes são a prova de que o que eu estou falando é verdade não podemos perdê-los.
- Sei e daí? O que tinha nos bilhetes que te deixou tão nervoso.
- As digitais.
- Mas você disse que não havia sinal de digitais... O que te fez mudar de idéia?
- As digitais não são humanas. São de seres extraterrenos.
- Não pode ser! Você tá maluco! Completamente maluco! Então os materiais da escola vão sumindo e são seres extraterrenos, os  cryptoníacos? Isso não pode ser verdade!
- Cleptomaníacos! E pode ser sim! Como você explica a nota ter sumido da sua carteira, se a mochila estava o tempo todo nas suas costas? Você até dorme com ela.
- Você tem razão! - afirmou Luca.
- E tem mais...
- O que?
- O professor malucão deve saber de tudo e já deve saber que eu também sei.
- O professor malucão? O que será que o levou a manter contato com eles? E porque querem nossos materiais? E a minha nota? Ela não faz parte do material escolar.
- Calma! Vamos descobrir tudo direitinho! Só ainda não sei como. E você meu amigo, faz muitas perguntas ao invés de me ajudar a respondê-las.
Desculpa Zico, mas é que não consigo tirar a Júlia da minha cabeça.
- Estamos lidando com seres de outro mundo, enquanto você está com a cabeça no mundo da lua.
- Está bem! O que vamos fazer agora?
- Não sei se conversamos com o professor de química ou com o professor de história...
- O que tem o professor de história a ver com essa história! Ops! O trocadilho foi legal!
- É foi legal sim. Mas o professor de história pode nos dar mais informações sobre esses seres. Afinal de contas, toda a civilização Maia foi extinta sem deixar vestígios. Eram seres muito inteligentes, bem mais desenvolvidos intelectualmente do que nós e com certeza foram abduzidos.
- Agora você pirou na batatinha. Acho que tá saindo até fumaça da sua cabeça.
- Já sei como atraí-los!
- Como? Como?
- Não sei nada! Como eu gostaria de saber... Vou pesquisar ufologia na internet. Quem sabe a pesquisa nos dá alguma pista.
No dia seguinte Zico e Luca estavam com a pesquisa em mãos e discutiriam com o professor de história sobre algumas dúvidas que surgiram.
Ao chegarem ao colégio perceberam um grande alvoroço. Os meninos entraram assustados. Alguns pais no corredor, a sala da diretora lotada e a família do professor de química estava esperando para serem atendidos. Pai, mãe e um irmão.
A mãe se colocasse calças largas e pintasse o cabelo de preto, seria como se o próprio professor estivesse ali.
O que teria acontecido? O inspetor colocou todos os alunos nas suas respectivas salas e os professores rapidamente começaram a lotar as lousas com letras e números.
Zico era muito esperto. Não poderia ficar de fora disso. Ele precisava saber o que estava acontecendo. Com sua esperteza driblou a professora de ciências e saiu da sala.
Um dos pais estava descendo as escadas para ir embora, mas o menino o abordou.
- O senhor sabe o que está acontecendo?
- Então você não sabe rapazinho?
- Não senhor!
- Todos os registros dos alunos desde a fundação da escola foram roubados. Isso é caso de polícia, e a Diretora não quer chamar a polícia. Disse que vai resolver este caso ainda hoje. Só quero saber como?
O homem desceu as escadas correndo e protestando e Zico voltou rapidamente e ficou a ouvir o que a Diretora conversava com a família do professor de Química.
- Estefânio é nosso caçula! Isso não poderia ter acontecido. Ele sempre vem pra escola e da escola pra casa. É um bom homem. Não pode ter sumido assim.
- Minha senhora! Não podemos envolver a polícia nisso por enquanto. Primeiro vou marcar uma reunião com todos os professores. Pra isso terei que suspender as aulas, o que não será fácil, pois os pais vão querer saber do que se trata.
A única coisa que sei, é que ontem ele entrou para dar a primeira aula, saiu para buscar o diário escolar e não mais voltou. E o carro dele ainda está na garagem...
- Já se deram às 24 horas de desaparecimento. Vamos acionar a polícia. - disse o irmão mais velho.
- Eu peço em nome da nossa escola. A escola que você também fez parte um dia. Vamos aguardar a reunião. Depois disso chamaremos a polícia. Agora vão para casa. Manteremos o contato.
Zico correu e se escondeu atrás de uma pilastra. Pensou em tudo o que ouviu. O professor havia sumido logo depois que eles se encontraram no corredor e pensou: - Eles também o pegaram!

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O ESTRANHO CASO DO MATERIAL ESCOLAR - parte V

- Vamos saber quem é o cryptomaníaco da escola?
- O que você disse?
- Cryptomaníaco. Pessoas que roubam.
- Ah! Meu Deus! Cleptomaníaco! Você anda assistindo muito Super homem! Venha ajuda aqui.
Colocou um dos bilhetes e começou a averiguar cada espaço. Enquanto Zico estudava os bilhetes Luca roncava num canto do laboratório.
Horas depois:
- Luca acorda. Vamos, coloque o uniforme e me ajuda a trancar a porta já está na hora dos alunos entrarem.
- Hum! O que aconteceu?
- Depois conversamos. Rápido estou ouvindo passos.
Olharam de um lado para o outro e trouxeram para si a grande porta trancando-a rapidamente. Próximo dali, bem atrás de uma pilastra eles estavam sendo vigiados e nem imaginavam por quem.
A professora de geografia percebeu que Zico não estava atento a aula e começou a fazer-lhe várias perguntas. Zico mais bocejava que respondia e acabou levando um ponto negativo por não estar atento.
Foi até o banheiro para lavar o rosto a pedido da professora. Ao chegar ao corredor deu de cara com o malucão, professor de química. Ficou branco como cera, mas continuou seguindo o seu caminho. Quando achou que estava livre escutou aquela voz sombria chamando por ele.
- Joaquim venha cá!
Tremendo como vara verde Zico caminhou até o professor e abaixou a cabeça em sinal de respeito e medo ao mesmo tempo.
- Sim Senhor!
- Olhe para mim garoto! O que faz no corredor em horário de aula? Não sabe que não é permitido alunos fora da classe?
- Sei sim senhor! É que a professora...
Gaguejou tanto que o professor não quis saber de mais nada e mandou-o embora, mas não tirou os olhos dele até que entrasse no banheiro masculino.
No horário do intervalo Luca cravou Zico de perguntas, mas ali não era um local seguro para que eles conversassem. Deixariam esse assunto para tratar em casa. Lá estariam seguros.
Luca ainda não satisfeito perguntou por que o colega ficou calado o tempo todo nas aulas.
Este respondeu com muita rispidez e seriedade:
- Conversaremos em casa. Estamos passando por momentos de tensão nesta escola desde que começaram a sumir os materiais!
- Calma meu amigo! Acho que você está levando esse assunto muito a sério. Vamos comprar um refrigerante e relaxar.
Tirou a mochila das costas e pegou a carteira. Logo percebeu.
Algo estava diferente.
- Zico! Não é possível?
- O que foi? Não tem dinheiro pro refrigerante? Pior que eu também não tenho.
- Não! O dinheiro está aqui. Mas a minha nota de dez cruzeiros sumiu?
- Dez cruzeiros?
- É. Meu pai me deu! É a primeira da minha coleção de notas antigas e não sai da minha carteira. Como pode ter sumido?
- Impossível ter sumido da sua carteira. Desde que você recebeu o bilhete não tirou a mochila das costas. Olhe direito aí Luca.
-Mas não tem nada aqui...
- Já sei o que está acontecendo. Isso só confirma as minhas suspeitas.
- Que suspeitas?
- Xiu! – fez esse barulho levando o dedo indicador aos lábios. -Converso com você na minha casa. Agora vamos pra sala sem levantar suspeitas.
Os dois meninos foram para casa calados, e com muito medo. Zico não se atrevia a dizer nada enquanto não estivesse seguro em seu quarto.
Ao chegar, a mãe de Zico percebeu o olhar fundo do filho e perguntou:
- Você não dormiu bem na casa do Luca?
- Dormi sim senhora!
- Mas está com olheiras! Veja Joaquim, Zico está com olheiras.
- Passaram a noite no vídeo game, não foi filho? - perguntou o pai examinando o menino.
- Isso. Jogamos um pouco. Depois do almoço não sairei do meu quarto. Quero descansar. Se o Luca chegar, peça para ele subir, por favor.
Os pais se entre olharam sem entender o que estava acontecendo. O Almoço seguiu sem nenhuma palavra do garoto. Até que os pais tentaram conversar, puxaram uma conversa ou outra, mas não deu resultado.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

O ESTRANHO CASO DO MATERIAL ESCOLAR - parte IV

Após a aula do dia seguinte Zico convidou Luca para almoçar em sua casa e durante o almoço mencionou um trabalho de matemática que teriam que fazer.
- Ótimo meninos! Tenho aqui muitos livros de exercícios. Vocês podem fazer o trabalho aqui. Se sua mãe deixar Luca você pode até dormir aqui. - Disse a mãe de Zico toda prestativa.
- Ah não mãe! Não precisa já conversamos com a mãe do Luca. Dormiremos lá. A senhora deixa?
Enquanto mãe e filho conversavam, Luca com a boca cheia, não entendia nada do que estava acontecendo, apenas ficava de olhos estalados olhando para Zico. Nem sabia que tinha trabalho de matemática...
- Quem vai ajudar com a louça? - Perguntou a mãe.
- Mãe deixa que eu enxugo e guardo, vou com o Luca lá em cima ver o que vamos levar para estudar tá bom?
- Tudo bem, depois você enxuga diretinho.
Os dois meninos subiram e na escada mesmo, observando a mãe, Zico contou seu plano ao amigo.
- Vamos dormir na escola.
- Ham!...
- Eu sabia que você ia fazer essa cara! Agora vá dizer pra sua mãe que a gente tem trabalho de matemática e que você vai dormir aqui em casa.
- Mas! Espera aí. Nós vamos dormir na sua casa, na minha casa ou na escola?
- Mas será o “Benedito” Luca! Presta atenção! Fala para sua mãe que você vai dormir aqui. O resto eu resolvo.
- Então tá!
Zico saiu à tardinha de casa com uma mochila cheia de aparatos e encontrou Luca na esquina.
- Tudo certo? - Perguntou Zico com a testa totalmente molhada de suor.
- Sim. Mamãe acreditou que eu ia dormir na sua casa, mas eu disse a ela que você queria dormir lá também e aí ela disse que pediria à sua mãe...
- Luca! Não acredito que você fez isso?
O menino soltou uma bela de uma gargalhada e disse:
- Está tudo bem! Fiz isso pra te assustar e consegui.
- Engraçadinho! Não vê que estou suando em bicas?
Caminharam até a escola. Chegando lá, entraram pelos fundos e dirigiram-se ao laboratório.
Zico tirou da mochila um molho de chaves. Quando Luca viu aquilo não acreditou em que seus olhos viram e perguntou:
- Você tem as chaves do laboratório?
- Não percebeu que me ausentei da aula de inglês hoje?
- Pensei que você tinha ido ao banheiro.
- Claro que foi só uma desculpa. Entrei na sala dos professores e peguei as chaves.
- Você pode ser expulso!
- Só se alguém descobrir. Ninguém me viu entrar, ninguém me verá sair e você não contará pra ninguém. Ok? Estamos fazendo isso pelo bem de todos.
- É isso aí Zico! É por isso que sou seu amigo.
- Ótimo! Agora me ajuda a empurrar essa porta pesada que só o “malucão” e os caras do ensino médio conseguem abrir.
Enquanto isso na casa de Luca, a mãe toda zelosa estava preocupada, pois o menino havia esquecido o pijama sobre a cama.
- Alfredo! Alfredo!
- O que foi?
- Vou dar uma saída. Vou levar o pijama do desmiolado do seu filho. Saiu tão depressa que esqueceu em cima da cama.
- Não senhora! Já está tarde. O menino pode muito bem dormir com um pijama emprestado do Zico. Não precisa sair agora.
- Você sabe que ele se resfria fácil, e se o pijama do Zico for curto. Acho melhor eu mesma levar.
No momento em que a mãe estava por sair o telefone tocou, seu marido atendeu e a chamou depressa, pois era a sua mãe ligando de longe.
Por sorte dos meninos ela desistiu de levar o pijama.
No laboratório, Zico estava com os dois bilhetes à frente de microscópios e trabalhava atentamente, enquanto Luca observava com atenção tudo o que tinha no laboratório.
- Nunca percebi este vidro aqui, Zico. Você já viu?
- É um feto de apenas dois meses de gestação.
- Nossa! Que injustiça com a criança!
- Dá uma olhada aqui Luca.
- O que foi?
- Presta bastante atenção nos cortes dos papéis.
- São diferentes... E daí?
- Isso! São diferentes! Um corte serrado e no outro bilhete o corte é reto.
- E o que isso significa?
- Nada ainda. Tenho que observar melhor. Incrível! Não se percebe nenhuma digital. Nem mesmo de quem recebeu o bilhete. Como pode ser isso? Já neste outro, a decomposição do papel misturada aos restos de sopa criou certos microorganismos que não estão vivos.
- Como?
- Estão mortos!
- E o que isso quer dizer?
- Ainda não sei, mas vou descobrir. Só preciso de alguns materias.
Olhou a sua volta e viu um armário de aço fortemente trancado.
Usou todas as chaves que tinha e nenhuma abriu o armário. Então saiu correndo e entrou na sala da diretora.
Luca não estava entendendo nada, mas ficava atento e assustado observando tudo.
Zico pegou no quadro da diretoria um pequeno molho de chaves e voltou ao laboratório.
Testou até que uma abriu. Tirou do armário uma pequena máquina do tamanho de uma câmera digital. Era um microscópio avançado. Com ele poderia descobrir muito mais coisas.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O estranho caso do material escolar - parte III

Após o almoço, os garotos se trancafiaram no quarto e começaram a observar o material. Apesar da umidade da sopa perceberam que as letras eram recortadas de revistas ou livros diferentes.
- Como poderemos descobrir alguma coisa? Isso é trabalho de profissional. - Disse Luca totalmente desanimado.
- Já sei! Podemos levar ao laboratório da escola. Usar o microscópio. Que tal?
- Ah! Sim! Muito bem, senhor espertinho. Vamos chegar à escola, invadir o laboratório para a investigação de um papel que eu recebi não sei de quem... Você está ficando maluco? Vamos pegar dias de suspensão!
- Luca você tem que confiar em mim. Nós podemos conseguir. Primeiro, vamos conversar com todas as pessoas que tiveram seus materiais roubados.
- Por quê?
- Pra saber se elas ainda têm o bilhete que receberam antes de serem roubadas.
- Hum... Boa idéia!
- Então, você vai fazer isso amanhã na entrada e no intervalo. Tudo bem?
- Eu posso fazer isso! – Afirmou Luca.
- Eu sei que pode. Nós dois juntos vamos descobrir quem rouba os materiais.
No dia seguinte na escola, Luca estava fazendo sua lição de casa direitinho, ou seja, especulando sobre os materiais roubados. Quando Júlia chegou, seu coração quase parou. Ela passou por ele e deu um sorriso.
No intervalo foi a mesma coisa. Pergunta daqui, pergunta dali e de repente alguém vem correndo no refeitório e entrega um papel para Luca.
- Achei! Estava no fundo da minha mochila. - Disse Fiapo todo estabanado.
- Beleza! Valeu!
- Você conversou com o Fiapo? Quer dizer, eu não sabia que o fiapo tinha sido roubado?
- É... O Fiapo é gente boa. Sabia que o apontador que roubaram dele era de ouro?
- Ouro? Hum! Então você já tem amizade com os caras do ensino médio?
- Não! Ele ficou sabendo da minha pesquisa e resolveu ajudar.
- Ah! Então eles continuam achando que somos babacas!
- Qual é Zico! Quem liga pra o que eles pensam?
- Eu ligo! Gostaria de ser respeitado por eles. Depois desse nosso plano você vai ver. Seremos respeitados.
Zico pegou sua mochila e saiu encarando os meninos do Ensino médio.
Estando na sua casa Zico pode examinar os dois bilhetes com mais calma e descobriu uma diferença entre eles. Estava conversando com Luca no MSN e pediu que o amigo fosse até sua casa o mais rápido possível.
- O que descobriu Zico?
- Os papéis foram cortados com lâminas diferentes.
- Deixe-me ver... Você tem razão. O que isso significa?
- Ainda é cedo pra dizer alguma coisa. Mas já sei o que vamos fazer.
- O que?
- Vamos colocar nosso plano em prática amanhã.
- Que plano?
- O laboratório! Vê se acorda Luca!
- Ah não! Isso não! Eu não vou entrar nessa.
- Fica tranqüilo! Agora vá pra casa por que amanhã você virá dormir aqui. E eu vou dormir na sua casa.
- O que? Não to entendendo nada!
- Nem precisa entender amanhã eu te explico. Agora vai.
(continua)

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O ESTRANHO CASO DO MATERIAL ESCOLAR - parte II

Amassou o bilhete e jogou no lixo do refeitório.
Contou ao Zico o que estava acontecendo.
- Onde está o bilhete? - Perguntou o amigo.
- Joguei no lixo.
- Mas é a nossa única pista. Já verificou o seu material?
- Não tem como pegar nada está tudo nas minhas costas, aqui na minha mochila.
- Muito bom! A minha também está aqui. Quanto a isso podemos ficar tranqüilos. Se eu não tivesse jogado o meu bilhete fora... Mas vamos ao lixo.
- O quê? Eu não vou pegar nada no lixo depois do recreio. – Esbravejou Luca.
- É nossa única chance!
- Você é detetive agora?
- Não, mas podemos mostrar pra diretora.
- Tá bom! Então, você mexe no lixo.
- Eu não! Você mexe. Você sabe onde está.
Luca não gostou nada da idéia, mas entrou no refeitório e esperou que todos saíssem. Júlia, a menina mais linda da escola na opinião dele, foi uma das últimas pessoas a sair. Quando Luca olhou pra ela se sentiu um pouco envergonhado pelo que iria fazer.
 Começou a revirar o lixo. Quando Dona Sandra, da cantina, viu a cena e chamou a atenção dos meninos. Neste exato momento, Júlia ouviu, achou que fosse com ela, voltou e viu Luca perto da lixeira, mas não disse nada, apenas o olhou com espanto e saiu novamente.
- Francamente! Na sua casa não tem o que comer? Sua mãe não vai gostar nada de saber dessa história Luca!- Disse Dona Sandra com as mãos na cintura.
- Não é nada do que a senhora está pensando! - Disse o rapaz gaguejando.
- Se eu não conhecesse você e nem sua família diria que estava sim, a fuçar o lixo como um porco! Já pra sala de aula, antes que eu chame Dona Elidia.
Os garotos saíram correndo para a sala.
- E aí? Conseguiu pegar o bilhete?
- Um pouco sujo de sopa, mas está aqui.
Neste momento passava alguém pelo corredor. Era o professor esquisitão de química. Os alunos tremiam de medo dele pelo jeitão maluco que ele tinha, mas explicava muito bem.
- Guarda isso! Depois da aula vou até sua casa e veremos o que fazer. – Ordenou Zico.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Primeira parte do livro O estranho caso do material escolar

O ESTRANHO CASO DO MATERIAL ESCOLAR
 

Na pacata cidade de Oeste viviam Luca e Zico.
Os dois eram muito amigos e estudaram juntos desde o primeiro ano escolar.
Agora que eles estavam no sexto ano, coisas estranhas estavam acontecendo.
A escola que eles estudavam era a maior da cidade e sempre foi muito bem organizada. Claro; todos os pais estudaram lá. Então eles mesmos cuidavam do patrimônio que era de todos.
No jantar na casa de Luca todos os dias, o pai perguntava:
- Como foi hoje no colégio?
- Tudo bem! - Respondia Luca.
Isso foi assim até meados de maio; pois, quando o pai perguntava, o menino respondia:
- Ainda não descobriram nada. Os materiais continuam sumindo.
- Sumiu alguma coisa sua? Perguntou a mãe.
- Não! Mas do Zico sim e de outro aluno da sala ao lado também.
- O que pegaram do Zico? - Perguntou o pai.
- Uma caneta colorida que tem o nome do pai dele. Quer dizer o nome dele.
- A caneta do Joaquim! - Disse o pai espantado.
- Pobre Joaquim! Temos que fazer alguma coisa! Amanhã mesmo vou à escola saber sobre isso. - Comentou a mãe já limpando os pratos.
- O pior, vocês não sabem! – Exclamou Luca.
- O que foi? - Perguntaram os dois juntos.
- Agora a vítima recebe um bilhete, com aviso de que será roubada.
- Mas é o fim dos tempos! Dona Elidia tem que fazer alguma coisa. - Disse a mãe estupefata.
Todo o dia sumia alguma coisa naquela escola e isso estava começando a preocupar os pais. Com a reunião que a comunidade fez resolveu-se até colocar um guarda na escola,
mas ele ainda não tinha descoberto nada.
No dia seguinte em que a mãe do Luca foi à escola, aconteceu uma coisa mais estranha ainda; ele próprio recebeu um bilhete. Os bilhetes não eram comuns. Eram feitos com jornal, ou seja, as palavras se formavam com letras de jornal. Ao abrir o bilhete Luca ficou branco de susto. V O C Ê  S E R Á  O   P R Ó X I M O!

sábado, 29 de outubro de 2011

Todos os dias um pedacinho desta aventura

Se você gosta de histórias de aventura, logo logo você as terá aqui nesta página. Todos os dias. O que acha?


O ESTRANHO CASO DO MATERIAL ESCOLAR
Luca e Zico tem um mistério para desvendar na tradicional escola de uma cidadezinha chamada Oeste.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Sem título

Hoje é uma segunda-feira de junho, chuvosa.
Dá uma vontade de ficar na cama e não fazer nada, mas resolvi cuidar da vida.
As coisas não acontecem se nos acomodarmos.
Nossos sonhos nem sempre são perfeitos. Quando sonhamos acordados sim, é perfeito. Imaginamos do jeitinho que queremos e tudo é maravilhoso. Só que viver de sonhos não traz resultado nenhum e quando caímos na real, vem a depressão e a tristeza por não termos almejado algo tão sonhado.
Acho que é esse tempinho que trouxe pensamentos tão profundos à minha mente inspiradora.
Preciso "correr atrás", como diz minha irmã Ana Helena.
Correr atrás para tornar os sonhos realidade. Ah! Tudo seria tão fácil se fosse como no livro: Os sonhos de Nízia. Eu estava realmente muito inspirada quando o escrevi.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Um trecho do livro

Um presente valioso
Na sala de estar do professor Dário, seu filho estava a sua espera a mais ou menos uma hora.
O pai desceu de chinelos e roupão. Era o seu traje oficial desde que soube da falência.

A empregada trouxe uma xícara de chá, e o professor sentou na poltrona francesa, cruzou as pernas e ficou a espera de uma solução que o filho pudesse lhe dar. Este começou:

- Pai. Há dias que não durmo, pensando no que fazer para recuperarmos tudo, mas não vejo solução. Daqui a uma semana, tudo irá a leilão. O senhor não tem para onde ir, a não ser para minha casa, onde será muito bem recebido.

- Preciso falar com você. – Disse o pai alheio a tudo o que ele falou.

- Sobre o quê?

- Peço-lhe que não me interrompa. Isso é muito difícil pra mim. Mas preciso da sua ajuda. Não tenho mais em quem confiar.

O rapaz se acomodou no sofá. Dário Veiga, então começou:

- Há uns dezesseis anos mais ou menos, chegou ao museu um jovem casal. Jamais conheci alguém que entendesse tanto de arte como aqueles dois, eles foram o meu braço direito.

- Eu sei. A Zilda, e o marido Nivaldo.

- Eu disse que não quero ser interrompido!

- Desculpe. É que me lembro bem deles.

O professor continuou:

- Zilda era maravilhosa em tudo que fazia. Aquele jeito de menina aos poucos foi me conquistando. Quando percebi, já estava apaixonado por uma moça bem mais jovem do que eu e casada. A gente não escolhe filho. Simplesmente acontece. É claro que meu casamento já não ia muito bem, então um dia surpreendi a Zilda e pedi para que largasse o marido. É claro que com uma filha pequena e o amor tão grande que ela sentia pelo marido, meu pedido nunca foi aceito. Muitas vezes ela quis pedir demissão. O marido nunca desconfiou de nada. Era um bom homem. Apesar de ele ter a mulher que eu amava, eu gostava muito dele. Era como se fosse um filho. Sentia-me muito mal por amar a mulher dele. Pensava todos os dias o que eu poderia fazer para provar o meu amor por ela. Então, no dia da exposição,  resolvi presenteá-la. Dei a ela uma corrente de ouro, com um pingente com pequenas pedras de diamantes. Mas ela se foi, nesse mesmo dia.

- Não acredito! É difícil de acreditar... O senhor acha que... Essa corrente?  Essa corrente vale muito dinheiro? Que tamanho são essas pedras? Daria para o senhor começar uma nova vida! Onde está a  corrente?

- Júnior, Júnior, Júnior! Não me crave de perguntas, pois não tenho respostas para todas elas.

- Quando Zilda morreu... Pai tente se lembrar. O senhor foi ao enterro? Alguém estava com a corrente?

- Como posso saber. Naquele momento, eu só pensava nela e na tristeza que eu estava sentindo. Eu queria estar no lugar dela. Deixou uma filha tão pequena. Nunca mais vi aquela criança.

- Precisamos encontrá-la. É uma chance que o senhor tem de começar de novo.

- Dário, deixe a menina em paz. Chamei você aqui por outro motivo.

- Não estou entendendo pai.

- Você já vai entender. Essa chave. Abre um cofre na Suíça.

O filho sentou, e ficou extasiado olhando para o pai. Este continuou:

- Os diamantes na chave formam os números do cofre.

- O- que- tem – nesse- cofre?

- Uma pasta. Com um Ticiano Vecello.

- Qual delas?

- Madalena Penitente. Tenho uma foto no meu catálogo.

Enquanto o pai levantou-se e foi pegar na escrivaninha do escritório, o catálogo, o filho não sabia se sentava, se ficava em pé; estava totalmente inquieto, sem saber o que fazer.

- Olhe! Veja você mesmo.

- Não posso acreditar! É a solução dos nossos problemas!

- Como a solução dos nossos problemas? Não vê que não temos a chave?

- Mas a conta no banco é sua. O cofre é seu.

Com as mãos na cabeça o pai tenta explicar ao filho:

- Junior. Sente-se aqui. Vamos ter que fazer uma cópia.

- Da chave?

Mais uma vez as mãos foram até os cabelos brancos do professor.

- Da Madalena Penitente!

- Não. Não. Não, não. Pai! Isso é crime.
 SE QUISER SABER MAIS, É SÓ CLICAR AÍ DO LADO E COMPRAR O LIVRO: BIBLIOTECA24X7 OU LIVRARIA CULTURA. E BOA LEITURA.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Os sonhos de Nízia nas escolas.

Você que é coordenador(a) de escola, indique o livro Os sonhos de Nízia para seus alunos.
Eles farão um ótimo trabalho multidisciplinar. Lendo este livro os alunos poderão discutir vários assuntos, ao mesmo tempo como: Arte, política, cidadania, bulling, Ciência tornando as aulas mais agradáveis e produtivas. Só lendo mesmo para comprovar.
Algumas escolas já adotaram. Você não pode ficar de fora.
Encomende o seu pelo site www.livrariacultura.com.br e também nas lojas Livraria Cultura em todo o Brasil. Aqui também você pode encomendar.
Não perca mais tempo!

quarta-feira, 9 de março de 2011

Chegando a hora

 Os sonhos de Nízia é um livro de muita emoção e aventura. Você vai se envolver numa viagem de mistério e grandes descobertas. Se você acha que o sonho acaba quando acordamos está totalmente enganado (a). Dia 08/abril/2011 Buriti shopping Guará na Nobel livraria noite de autógrafos. Você não pode perder.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

adolescente @help.com

Se vc é adolescente, vai uma dica imperdível Adolescente@help.com @ escritorajane. É barato. Deixe um comentário no blog e vc terá o seu.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Caindo na real

Dizem que o blog é um diário virtual.
Quando era adolescente, escrevia assiduamente no meu diário. Caneta ou lápis em punho e o bom e fiel companheiro todo enfeitado e etiquetado pronto para qualquer parada.
Hoje é um pouco complicado, pois com vários afazeres é difícil ter um tempinho para o diário virtual (blog), Twitter, facebook, orkut, msn e outros.... Mas eu tento estar antenada.
Nada que faço é por acaso. Quando resolvi que começaria a escrever sabia que não ia ser fácil, mas foi maravilhoso voltar a escrever. viver no mundo da imaginação, até mesmo contar coisas reais. Abri-me para um nova vida. Isso fez-me muito bem e estou cada dia melhor.
As dificuldades para um escritor são muitas. Se para WalcirC arrasco é difícil ser escritor no Brasil, imagine para Rafael_Sales, Sergio Carmach e Jane Alves; simples mortais tentando um lugarzinho ao sol como escritores. Merecemos! Merecemos sim! Tivemos uma idéia, escrevemos, erramos, corrigimos, lutamos, recebemos vários nãos e aqui estamos. Sobrevivendo a cada dia, tentando esse tão sonhado lugar ao sol.
Desculpem-me, mas acordei hoje e achei que era isso que eu deveria escrever no blog, no twitter, no facebook, enfim, colocar no ar meus pensamentos. Não faço isso só por mim e sim pelos tantos outros que lutam pela Arte em geral nesse país com pouca cultura.
Amigos leitores e companheiros escritores, não desanimem. Vamos continuar lutando pela Arte, Cultura e em especial leitura nesse país. Quem sabe daqui a dez anos nosso pensamento será outro.
Tenham um bom dia. A semana só está começando. Força para todos!! Deus nos abençoe!!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Achei essa Crônica maravilhosa leiam. Quem ama a Arte não pode deixar de ler.

 É O AMOR - por Ricardo Kelmer        
       Como sou besta para chorar, é claro que ensopei a manga da camisa vendo 2 Filhos de Francisco (direção de Breno Silveira). Sempre me tocam histórias de superação, isso de lutar por um sonho. Não sou fã de música romaneja mas é comovente assistir, passo a passo, a trajetória do artista que apesar das dificuldades não desiste de sua arte. Mas aí a pulga me coça a orelha: e os outros zezés e lucianos por aí?

       A dupla do filme conseguiu chegar lá. Antes passaram muita necessidade, engraxando sapato, vendo a mãe chorar porque não tinha comida em casa, perderam um irmão. Palmas, eles merecem. Mas, que diacho, eu não consigo deixar de pensar nos outros. Poizé, todo mundo saindo do cinema cantando feliz e eu, o estraga-prazer, pensando naqueles que lutaram tanto ou até mais e, no entanto, não chegaram lá. E aí?

       E aí o quê, é isso mesmo, é a vida, uns chegam e outros não. É, você tem razão, se todos chegassem não caberiam todos no palco. É necessário que a maioria não chegue para que alguns possam chegar. Cruel matemática a do sucesso artístico. Então a vida é injusta? É assim que ela trata seus artistas, aqueles que têm a sagrada missão de divertir e emocionar o povo? O que afinal está errado com a arte? Por que para a grande maioria a arte é um sonho que nasce colorido mas aos poucos se transforma em pesadelo e faz da vida um trágico erro de percurso?

       Tenho um palpite. Ele é fruto de tudo que aprendi em minha própria vida, buscando ser escritor num país de não-leitores. Não existe fracasso na arte. Porque a arte, por si só, é a eterna celebração da vida. Aqueles que a vida escolhe para serem artistas têm a missão de fazer arte e pronto. Se conseguirão se sustentar com ela, isso é outra coisa, a arte em si nada tem a ver com isso, não lhe peçam o que não é de sua competência. A maioria dos artistas, de fato, não consegue se sustentar e desiste. Os que conseguem, a maioria abre concessões em seus ideais e assina algum tipo de acordo com a indústria de consumo rápido. Uma parte prossegue a duras penas, sempre maldizendo o sistema e envolta em amargura.

       Mas há aqueles que, mesmo com reconhecimento curto e dinheirinho minguado, continuam com sua arte, são felizes e não abrem mão dela - porque não saberiam viver longe de seu grande amor. Jamais terão sua história contada no cinema mas ela, certamente, é a melhor de todas as histórias. Esses encarnam o verdadeiro espírito artístico: fazer arte pela arte. Esses deram a volta completa na roda da experiência e chegaram. Não ao estrelato, ao panteão luminoso das celebridades - chegaram ao ponto mágico de compreensão onde vida e arte se tornam uma coisa só e o dinheiro e a fama não são mais importantes do que continuar fazendo arte, continuar fazendo, continuar.

       Esta crônica é uma homenagem aos que chegaram. Mas é uma homenagem ainda maior aos que chegaram ou chegarão à mais profunda verdade artística, aquela que diz que no final da jornada, lá onde paramos para enxugar o último suor de tantas labutas, nós olhamos para trás e vemos toda a estrada que percorremos. Veja, lá estamos nós, dia após dia, no ônibus, a pé, sacoleiros da esperança a carregar os sonhos de um lado para outro, vendo muitos morrer pelo caminho, arrastando os que sobram, sempre visualizando lá na frente um horizonte de recompensas - horizonte que sempre se revela apenas mais uma estação na difícil viagem.

       Nós olhamos para trás e entendemos que, apesar de tudo, valeu a pena sim, que mesmo devendo o aluguel, não devemos a alma. Que mesmo sem saber como seria o dia seguinte, nós cumprimos nosso destino. Por amor à arte. Que no fundo é o mesmo amor à vida.
É o amor.